Ministro Geddel flagrado em gravações da Operação Expresso: João Henrique não é confiável, diz Geddel

Ministro Geddel flagrado em gravações da Operação Expresso: João Henrique não é confiável, diz Geddel

Ministro Geddel agora é estrela da Operação Expresso.

Uma reportagem dos jornalistas Flávio Costa e Marcelo Brandão, publicada ontem (24/01) no Jornal A Tarde, expõe os bastidores de uma briga entre empresários de ônibus e as construtoras Odebrecht e OAS pela execução e gestão do projeto de vias exclusivas para ônibus em Salvador. O negócio envolve R$ 628 milhões.

As estrelas do novo escândalo são o advogado Carlos Eduardo Villares Barral (coordenador do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Salvador), flagrado em 16 escutas telefônicas, o ministro Geddel Vieira Lima e o radialista Mário Kertész , ex-prefeito de Salvador (biônico na primeira e eleito na segunda).

O ministro Geddel é flagrado em uma das conversas confirmando ao advogado Carlos Barral já ter falado com o prefeito João Henrique sobre o projeto das vias expressas. Entretanto, Geddel afirma nas gravações que “não dá para confiar no que o prefeito diz” e orienta Barral a falar com o radialista Mário Kertész“desdobrar o tema” e “compatibilizar interesses”.

Mário, que Mário? Aquele ... homem de confiança de Barral, segundo as gravações citadas no jornal A Tarde. Foto: Mário Haack/Bahia Notícias

A aproximação entre Geddel Vieira Lima e o radialista Mário Kertész é notória. O ministro possui um programa semanal na Rádio Metrópole, de propriedade do radialista. Já os laços de amizade de Mário Kertész com o advogado, segundo a reportagem, datam de 1990, quando o radialista comprou o Jornal da Bahia, então de propriedade de Barral.
O fato é que o escândalo coloca o ministro Geddel na posição pública de suspeito de tráfico de influência.

A Operação Expresso virou um pesadelo para a família Vieira Lima. Primeiro foram as suspeitas com relação à suposta participação no esquema do irmão do ministro, Lúcio Vieira Lima. Agora Geddel é diretamente atingido pelo escândalo.

Interessante é a opinião do ministro sobre o prefeito de Salvador. Para Geddel, João Henrique não é confiável.

Imensurável seria a influência do radialista Mário Kertész nos negócios da prefeitura de Salvador, segundo as gravações  citadas na matéria do jornal A Tarde. Em nenhuma das gravações o advogado trata o radialista como um comunicador. Mário Kertész é citado pelo advogado nas gravações como uma espécie de lobista. E dos graúdos. 

A reportagem revela também que as empresas de transporte público de Salvador exerceriam grande influência sobre o ministro Geddel Vieira Lima e deteriam muito poder na prefeitura de Salvador. Isto explicaria o conturbado aumento no valor da tarifa de ônibus na capital? Só a justiça e a polícia poderão responder a esta pergunta.

O ministro Geddel Vieira Lima, colecionador de representações no TRE, agora também é estrela de um caso de polícia.

Salvador virou a casa da matriarca Joana.

Por Charles Carmo