O PT foi fundado com um viés socialista democrático.
[12] Com o
golpe de 1964, a espinha dorsal do sindicalismo brasileiro, que era o
CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), reunia lideranças sindicais tuteladas pelo
Ministério do Trabalho- um ministério geralmente ocupado por lideranças do
Partido Trabalhista Brasileiro varguista - foi dissolvida, enquanto os sindicatos oficiais sofriam intervenção governamental. A ressurgência de um movimento trabalhista organizado, expressa nas greves do
ABC paulista da década de
1970, colocava a possibilidade de uma reorganização do movimento trabalhista de forma livre da tutela do Estado, projeto este expresso na criação da CONCLAT, que viria a ser o embrião da CUT, fundada três anos após o surgimento do PT. Originalmente, este novo movimento trabalhista buscava fazer política exclusivamente na esfera sindical
[carece de fontes]. No entanto, a sobrevivência de um sindicalismo tutelado - expressa na reconstrução, na mesma época do antigo CGT, agora com o nome de
Confederação Geral dos Trabalhadores, congregando lideranças sindicais mais conservadoras, como as de
Joaquinzão e de
Luís Antônio de Medeiros - mais a influência ainda exercida sobre o movimento sindical por lideranças de partidos de
Esquerda tradicionais, como o
Partido Comunista Brasileiro, forçaram o movimento sindical do
ABC, estimulado por lideranças anti-
stalinistas da Esquerda, como a de diversos grupamentos
trotskistas, a adquirir identidade própria pela constituição em partido político - uma estratégia similar à realizada pelo movimento sindical
Solidarność na
Polônia comunista de então.
O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de
socialismo democrático,
[12]tentando recusar modelos já então em decadência, como o
soviético ou o
chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista da época com a intelectualidade de
Esquerdaanti
stalinista.
[13][editar]Ideologia partidária oficial